Quando se pensa em dietas sem carne (vegetariana), ou mesmo que não contemple o consumo de nenhum alimento de origem animal (vegana: sem carnes, ovos, leite e derivados), é comum surgir a dúvida sobre serem dietas deficientes em macro e micronutrientes, portanto, inadequadas ao consumo humano.
Buscando esclarecer essas questões, a Academy of Nutrition and Dietetics, uma das maiores entidades de profissionais de nutrição, emitiu um posicionamento a respeito do tema, publicado num periódico científico em 2016.
Algumas considerações presentes nesse documento:
1. É o posicionamento da AND (Academy of Nutrition and Dietetics) que dietas vegetarianas adequadamente planejadas, incluindo as veganas, são saudáveis, nutritivamente adequadas e podem promover benefícios para a prevenção e tratatamento de certas doenças.
2. Essas dietas são apropriadas para todos os estágios do ciclo de vida, incluindo gravidez, lactação, infância, adolescência e idade adulta; são adequadas também para idosos e atletas.
3. Dietas plant-based (baseadas em plantas e alimentos integrais) são mais ecologicamente sustentáveis, pois utilizam menos recursos naturais em sua produção, razão pela qual são associadas a menor dano ambiental.
4. Vegetarianos e veganos possuem menor risco de acometimento por certas doenças, incluindo doença cardíaca, diabetes tipo 2, hipertensão, determinados tipos de câncer e obesidade.
5. Baixo consumo de gordura saturada e alto consumo de vegetais, frutas, grãos integrais, legumes, produtos à base de soja, oleaginosas e sementes (todos alimentos ricos em fibras e fitoquímicos) são características das dietas vegetariana e vegana, que produzem menos colesterol total e lipoproteína de baixa densidade (LDL), além de melhorar o controle da glicose sanguínea. Esses fatores contribuem para a redução de doenças crônicas.
Outra questão bastante frequente é sobre a ingestão de proteínas. Seriam essas dietas capazes de suprir a necessidade total de proteínas do nosso corpo ao longo do dia?
A respeito disso, como já citado posicionamento sobre a adequabilidade de dietas sem proteína de origem animal, acrescenta que:
1. As proteínas presentes em nosso organismo são todas sintetizadas pelo próprio corpo humano (síntese endógena), por meio da utilização de aminoácidos (subunidades constituintes das proteínas) da dieta para esse processo.
2. Alimentos de origem vegetal também são fontes de proteínas e aminoácidos.
3. Para o organismo, o importante é a ingestão de aminoácidos em quantidades totais adequadas, independendo se a fonte é de origem animal ou vegetal.
4. Alimentos de origem vegetal apenas possuem menores concentrações de aminoácidos por volume. Assim, a quantidade de alimentos de origem vegetal ingerida para a aquisição de aminoácidos pode ser maior que a exigida em dietas que incluem carnes.
5. Caso a ingestão proteica esteja inadequada (após avaliação por um profissional habilitado: nutricionista e médico), pode-se utilizar suplementos proteicos de fonte vegetal (suplementos à base de arroz e ervilha, por exemplo), de fácil acesso e ampla distribuição no mercado.
Se você optar pela redução ou exclusão de carnes e outros alimentos de origem animal de sua dieta, consulte um nutricionista para obter auxílio profissional adequado. Assim, você fará essa transição mantendo sua saúde, bem-estar e de modo mais eficaz para a conquista de seus objetivos.
Fonte:nutrify.com.br