O caminho da saúde pode estar ao nosso alcance desde o primeiro instante.
Especialista chama o leite materno de ‘sangue branco’.
Ser forte e resistente é ganhar uma corrida contra o tempo. Nunca é tarde para começar nem para recomeçar. Como ficar cada vez mais forte, mesmo começando mais tarde? Pesquisadores brasileiros dão a boa notícia: o caminho da saúde pode estar ao nosso alcance desde o primeiro instante.
O primeiro choro, a vida que começa aqui fora. É mesmo uma aventura intensa, cheia de desafios. A partir deste instante, a saúde do bebê vai depender das gotas poderosas do leite da mãe, capaz de proteger a saúde dos vírus e das doenças a vida toda.
“Nasceu, o primeiro decisivo passo é a alimentação. A alimentação é fundamental”, afirma o pesquisador João Aprígio, do Instituto Fernandes Figueira/Fiocruz. É tão fundamental que o especialista chama o leite materno de “sangue branco”.
“Ele ainda é imunologicamente dependente da sua mãe não mais pelo sangue vermelho, agora pelo sangue branco”, diz
E quanta diferença também faz para vida toda a hora do nascimento. O pediatra Marcos Nolasco, do Departamento de Pediatria da Unicamp, exalta o parto natural. A passagem pelo “canal do parto” só aumenta a nossa imunidade.
“Neste momento podemos dizer que a criança, ao passar, a sua pele, as suas mucosas recebem quase que as sementes da sua futura microbiota”, explica.
Microbiota é o nome usado para definir o conjunto de vírus, bactérias e, principalmente, de fungos com os quais a espécie humana convive e, naturalmente, a nossa microbiota aumenta a defesa do nosso organismo contra as doenças.
“Esta microbiota é implantada, principalmente, neste momento do parto e posteriormente também o aleitamento materno contribui”, diz o pediatra.
E como contribui. As gotas do “sangue branco” nunca serão demais.
“Amamentar é preparar para vida. É o início da construção de um sujeito, que vai determinar como vai ser a sua saúde até a terceira idade”, ressalta o pesquisador João Aprígio.
É mesmo uma surpresa: o leite materno protege a nossa saúde até a terceira idade.
Dois meses de aleitamento – menos alergias na vida adulta
“O fato de alimentar exclusivamente com leite materno uma criança por pelo menos dois meses reduz em seis vezes o risco da ocorrência de uma alergia na vida adulta”, explica.
Seis meses ou mais de aleitamento – risco de linfoma diminui 33%
“Se você alimenta exclusivamente durante seis meses uma criança ao seio materno – não quero dizer só por seis meses – e continua de forma complementar você pode reduzir em 33% o risco da ocorrência de um linfoma na vida adulta”, afirma João Aprígio.
A criança que só mama no peito fica livre das ameaças do nosso dia a dia.
“A criança não vai desenvolver dengue porque o leite humano tem o fator específico antidengue”, explica o pesquisador.
Fonte:globo.com.br