Nos últimos anos, a Food and Drug Administration (FDA) emitiu vários avisos sobre os medicamentos para azia e gastrite. O alerta chama atenção ao uso prolongado e em altas doses, que tem sido associado ao risco de fraturas ósseas e de infecção por uma bactéria chamada Clostridium difficile, que pode ser especialmente perigosa para pacientes idosos. Pesquisas mostram que 4 em cada 10 americanos têm sintomas da doença do refluxo gastroesofágico, e muitos dependem de antiácidos como Omeprazol, Lanzoprazol e Esomeprazol, para reduzir a acidez do estômago.
Estes aparecem entre os remédios mais vendidos nos Estados Unidos, conquistando o terceiro lugar, atrás apenas dos psicotrópicos e estatinas, com mais de 100 milhões de receitas e US$ 13,9 bilhões em vendas em 2010. Ocupa também lugar de destaque como sendo um dos medicamentos mais vendidos sem prescrição médica. Mas, enquanto a administração por curto prazo pode não ser um problema, estes medicamentos tendem a produzir dependência, levando os pacientes a utilizá-los por longos anos, dizem especialistas. Períodos, na verdade, bem mais do que o recomendado que são de duas a quatro semanas. Algumas pessoas passam a utilizá-los por toda a vida.
“Estudos têm mostrado que quando você está usando esses medicamentos é difícil parar de tomá-los – é quase como um vício”, diz o Dr. J. Shoshana Herzig, do Beth Israel Deaconess Medical Center, em Boston. A Dra. Herzig acredita ainda que os medicamentos atuam bloqueando a produção de ácido no estômago. Então o corpo reage e compensa “acelerando” a produção dessa substância. “Você tem crescimento excessivo de células produtoras de gastrina no estômago e ao desbloquear a produção, intensifica a produção de ácidos”, afirma. Outro ponto que os pesquisadores defendem é que, além disso, os inibidores da bomba de prótons não têm sido os remédios milagrosos que os especialistas esperavam. Tratamentos mais longos não reduziram a incidência de câncer de esôfago. “Quando as pessoas tomam antiácidos não curam o problema de refluxo – apenas controlam os sintomas”, disse o Dr. Joseph Stubbs, um internista em Albany, Geórgia, e ex-presidente do American College of Physicians. Estes medicamentos favorecem com que as pessoas evitem mudanças no estilo de vida, como perder peso ou cortar os alimentos que causam azia. “As pessoas descobriram, ‘eu posso continuar comendo o que eu quero, e ao tomar tal medicamento ainda fico bem’. Estamos começando a ver que se você fizer isso, pode ter alguns efeitos colaterais de risco”, disse Dr. Joseph.
Enzimas digestivas no tratamento do refluxo
Refluxo gastroesofágico é uma condição em que os ácidos presentes dentro do estômago voltam pelo esôfago ao invés de seguir o fluxo normal da digestão. Esse movimento irrita os tecidos que revestem o esôfago causando os sintomas típicos do refluxo como azia e náuseas, principalmente. Uma vez que a grande maioria das refeições são desprovidas de enzimas (cozidas ou processadas), o alimento permanece por longas horas no estômago e há uma produção excessiva de suco gástrico para compensar a falta da “pré-digestão” – fator importante para o aparecimento de refluxo. O uso de suplementos de enzimas digestivas antes das refeições proporciona a “pré-digestão” dos alimentos, assim como evita a produção excessiva de ácido clorídrico no estômago.
Fonte:essentialnutrition.com.br